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MDV - Museu de Design Vernacular | TCC


MDV - Museu de Design Vernacular | TCC - 2021

Este é um trabalho de conclusão de curso para graduação apresentado para o Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) com o foco na elaboração de um projeto de identidade visual para acervo digital sobre desenvolvimento gráfico popular. 
O museu digital possui esse formato pelas razões atuais em que vivemos em que todos nós permanecemos em isolamento social, longe de inúmeros conteúdos sociais quem antes compartilhávamos. Pensamos que seu acesso será por meio de um site onde o público terá como navegar pelas obras, comprar na loja virtual peças e objetos personalizados pela marca do museu e além disso saber mais sobre o projeto. 
Uma outra alternativa é o aplicativo em que por meio da criação de um perfil será possível enviar a foto de um trabalho vernacular encontrado, acessar informações de workshops, eventos e exposições físicas que irão ocorrer de forma pontual em certos locais, visitar o acervo de imagens e ler artigos sobre o design vernacular.
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O Museu de Design Vernacular consiste em transmitir e reunir de forma gráfica a grande diversidade de linguagens que constituem o vernacular. Todas as peças deste trabalho, indo desde o logotipo até a aplicação da proposta visual do museu físico, consiste nesse foco de culminar todos os aspectos de composição vernacular em sua totalidade.
Em uma espécie de tributo a essa forma de linguagem praticamente nacional, tão característica deste nosso Brasil e que se passa inúmeras vezes despercebida em nosso cotidiano, o projeto gráfico tem como objetivo formar uma ponte que unifique, reúna e reforce a conservação, conscientização e a valorização deste acervo para este estilo de comunicação visual.

Nossa análise para a filtragem de referências, buscamos observar e coletar inúmeras fotos pela internet sobre todas as nuances vernaculares que conseguíssemos achar. Em nosso foco gráfico e através de estudos em artigos e projetos de outros designers, ou em livros como no "Os Abridores de Letras" e "Tipografia Vernacular Urbana: uma Análise dos Letreiramentos Populares" da pesquisadora e designer Fátima Finizolajá começamos a ter idéias de algo bastante marcante nesta modalidade, a própria tipografia.
As características que mais notamos nessas produções é a adaptação em se produzir independente da superfície e dos materiais, a agilidade na qual é aplicada a composição das letras e das formas, um real cuidado as vezes simétricos, outras vezes mais harmoniosos em ter uma personalização de um objeto ou fachada, uma atenção em conseguir através de composições intuitivas, ter uma diferenciação social.
Observando de forma mais gráfica, é possível notar uma replicação de variantes em formas visuais e ícones que dão mais ênfase nas divulgações do comércio, muitos grafismos que são aplicados em carrocerias de caminhões e laterais de barcos, um uso bem vivo de cores geralmente primárias utilizadas a partir de tintas de paredes ou até mesmo tintas criadas pelos próprios letristas de forma artesanal, um ligeiro uso de camadas na criação tipográfica, trazendo aspectos tridimensionais, uma vasta diferenciação tipográfica e inúmeros outros fatores que ajudaram a formar nosso ideal criativo para a construção da identidade visual do museu.



- Moodboard do projeto
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O nosso museu se chama Museu de Design Vernacular e sua formatação em sigla é MDV, para a produção do logo tivemos como métrica atingir uma fácil e objetiva visualização, sendo assim permitindo uma prática redução de escala, deveria ser pragmático. 
Então este logo principalmente teria que trazer o vigor do vernacular mas se contendo um pouco nos detalhes e partindo da principal característica decidimos que o logo seria tipográfico.
Inicialmente estávamos em dúvida com o nome do museu por ser virtual e colaborativo com o público, então a grande maioria dos testes iniciais possuíam os jogos de palavras “virtual” ou “digital”.



Fizemos vários testes, montagens diferentes e buscamos tipografias disponíveis na internet para uso que inicialmente tivemos um leve receio de que poderia ser um tanto complicado de achar esses tipos, pelo fato do vernacular nacional ter bastante personalidade, mas fomos incrivelmente surpreendidos de forma positiva e conseguimos o download de uma média de treze tipografias vernaculares dos mais variados estilos o que nos permitiu uma versatilidade de aplicações gráficas.
Filtramos alguns dos estudos que produzimos acima, a partir das análises do vernacular em seu macro, dentre tantos elementos que esta vertente comunicativa possui, focamos em alguns que notamos uma certa repetição de características visuais em trabalhos que nos deparamos e sentamos sintetizar em nosso logo.
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A paleta tem como cores principais o vermelho, o amarelo e o azul, sendo o preto como cor de reforço e o branco sendo um suporte visual de contraste.
Como dito anteriormente essas cores foram as que mais identificamos em inúmeros trabalhos vernaculares, são cores muito presentes nesses tipos de trabalhos pelo fato dos letristas mais facilidade de se achar em lojas de construção ou até de se produzir artesanalmente com pigmentos retirados da própria natureza, além da versatilidade de se atingir outras cores pela própria mistura de dentre estas três cores primárias.


Para os grafismos e patterns identificamos muitas possibilidades também dentro do vernacular e produzimos algumas. Dentro de vários elementos podemos encontrar muitos desenhos de asteriscos, estrelas, linhas, espirais, colchetes, muitas formas abstratas também e até os famosos desenhos de carroceria de caminhões.
Muitos dessas formas utilizamos intercaladas para criar um pattern de repetição infinita em uma espécie de efeito “Rapport” o que trás novamente a ideia de expansão vernacular. Outras formas utilizamos de maneira singular com o mesmo propósito original de aplicação.

Em aplicações da Loja MDV outras variações de patterns, pelo fato de produtos possuírem outros objetivos fora da identidade institucional do museu, o que nos permitiu criar padrões gráficos inspirados em pixo, alguns inspirados nos azulejos portugueses na qual iremos abordar mais a frente. Também utilizamos a utilização de muitas texturas, principalmente nas peças gráficas de divulgação do museu.

Sobre os desenhos de ornamentos em rabeiras das carroceria de caminhões, que criamos para os grafismos, assim como o vernacular em um total, essas artes possui origens e significados desconhecidos e misturados. Se baseiam de uma grande mescla de soluções gráficas e tradições culturais. Para nosso projeto, como uma singela homenagem a este estilo tão rico de expressão artística, e como reforço visual ao MDV, produzimos alguns destes desenhos de forma autoral.


No desenvolvimento das peças gráficas tínhamos como desafio criar conteúdos que pudessem chamar a atenção do público e que pudesse demonstrar a alma do vernacular de diferentes modos para diferentes formatos. 
Para isso  buscamos explorar uma paleta de cor maior da que utilizamos na identidade visual e também definimos uma padronização estética e fotográfica das peças, para as fotos, quando utilizadas, aplicando filtros de cor e criamos efeitos de papel rasgado e desgastado nas bordas, texturas para a simulação de deterioração relacionadas a papel com marcas de dobras, de partículas de sujeira, envelhecimento, ranhuras, texturas de madeira, de falha de impressão, tudo para poder acentuar essa aparência temporal, esses micro detalhes que existe nas placas, letreiros e murais vernaculares pela longa exposição ao clima e pela passagem do tempo, nossas peças emulam esse efeito trazendo nas camadas mais indiretas uma aproximação das peças reais do popular vernacular.
Referenciamos ao máximo a disposição tipográfica das placas já existentes, o jogo dos textos e as alterações do formato dos tipos somados aos elementos da iconografia vernacular acabou trazendo mais peso e personalidade ao conteúdo e até mesmo colaborando para a produção dos produtos da loja MDV. De forma individual e singular relacionada a cada palavra, nos atentamos para uma harmonia narrativa linear. A seguir você pode conferir a concretização visual dessas peças.



O museu físico possui um formato itinerante, aplicável e mutável para qualquer área, seja em terminais de estações de trem e metrô ou eventos, centros culturais e museus que possam ceder um local colaborativo. O museu pode também atribuir uma instalação vernacular personalizada, se baseando nas características da região do país em que passa, como por exemplo, o museu estando em regiões mais do Norte e Nordeste do Brasil, pode atribuir mais peças vernaculares destas localizações. 
Idealizamos a distribuição das peças e obras em um conceito que se simulasse o vernacular do cotidiano em sua composição entrópica, basicamente em um sentido levemente “bagunçado”. Tivemos esta ideia pelo fato de que o vernacular no mundo não se comporta de maneira organizada, categorizada. É uma forma pulsante que surge naturalmente, é uma forma instintiva de comunicação.



A Loja MDV tratamos de explorar diversas soluções gráficas que o vernacular pudesse nos fornecer, a fim de trazer uma característica única, um real fator personalizado que atraísse o público a comprar quaisquer produtos que a loja fornecesse. Alguns dos produtos que elencamos a partir de pesquisas de referências de lojas de outros museus como MAM e MASP foram:
Tendo isso em mente, tratamos de uma forma minuciosa, com análise e cautela idealizar e reproduzir cada um dos produtos acentuado características individuais e exclusivas dentre o catálogo, mas ainda sim fazendo parte do vernacular como um todo. Como estratégia decidimos aplicar ditados populares nos produtos atribuindo composições tipográficas na estética vernacular.
 


No projeto foi idealizado duas plataformas digitais que foram inteiramente elaboradas por uma designer de UX/UI. Nessa apresentação não consta a fundo aplicações e interatividades relacionadas na experiência do usuário. Toda a construção visual relacionada nessas vertentes foram projetadas para atender e facilitar o entendimento intuitivo do público, dentro do padrão estético elaborado no desenvolvimento do projeto.
  
O Aplicativo do MDV é composta pela equipe e curadoria do Museu em conjunto com o público, que podem enviar suas próprias imagens para a plataforma e aguardar que sejam aceitas, catalogadas e distribuídas em uma das categorias ou em alguma das exposições disponíveis. Sobre o site do MDV, ele segue mesma estética e usabilidade do aplicativo, apresentando todas as funcionalidades encontradas no app (obras categorizadas, exposições feitas pela curadoria, artigos e novidades) - exceto a de criar um perfil e subir imagens - e além dessas, o formato digital da Loja Oficial MDV.


As obras contidas neste trabalho são meramente ilustrativas, de propósito conceitual e tem como direito aos seus respectivos autores.
Envolvidos no projeto:
Desenvolvimento de UX/UI: Nicole de Souza P. Faria
Direção e execução artística: Matheus Cristiano
Designer de suporte: Wiglefer Abreu Lopes
Design, Pesquisa e Revisão: Tiffany Oliveira

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MDV - Museu de Design Vernacular - TCC (2021) | This is a graduation course conclusion work presented to the University Center of Faculdades Met Read More

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